A Polícia Civil de Santa Catarina identificou 130 pessoas com patrimônio milionário que foram beneficiadas irregularmente pelo Universidade Gratuita, programa estadual que concede bolsas de estudo a estudantes de baixa renda.
O caso foi divulgado nesta quinta-feira (17) pelo delegado-geral Ulisses Gabriel, que destacou a existência de indícios de fraude e ocultação de bens por parte dos bolsistas. Para aprofundar as investigações, a corporação já solicitou mandados de busca e apreensão com o objetivo de coletar provas que comprovem como os estudantes teriam burlado os critérios do programa.
“Não basta apenas analisar os documentos nas universidades. Temos que ir atrás dos suspeitos e levar à Justiça”, afirmou Ulisses.
As apurações começaram após um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) revelar mais de 18 mil casos suspeitos de irregularidades envolvendo o Universidade Gratuita e o Fumdesc. Do total, mais de 15 mil apresentavam divergências patrimoniais e outros 4.430 tinham declarações de renda incompatíveis.
Os cursos de Direito e Medicina lideram a lista dos que concentram mais casos suspeitos. O TCE também recomendou maior rigor nos cursos tradicionalmente buscados por estudantes de classes com maior poder aquisitivo e sugeriu que as universidades comuniquem possíveis fraudes diretamente à Receita Federal e ao Ministério Público.
Para tentar frear novos casos, o governo estadual lançou neste ano uma ferramenta tecnológica desenvolvida pela Controladoria-Geral do Estado (CGE). O sistema faz o cruzamento de dados e checagem cadastral em menos de 24 horas, medida que começou a ser aplicada nas inscrições do segundo semestre de 2025.
Comentários: