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Quarta-feira, 14 de Maio de 2025

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Pescadores de Balneário Camboriú atribuem alargamento da orla à queda na safra de tainhas

Alargamento da Praia Central e atividades recreativas são apontados como fatores prejudiciais à pesca artesanal

Pescadores de Balneário Camboriú atribuem alargamento da orla à queda na safra de tainhas
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Os pescadores artesanais de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, estão enfrentando uma safra fraca de tainhas em 2024, e muitos acreditam que o alargamento da orla da Praia Central seja um dos principais culpados. Laercio Demetrio, pescador e dono de dois ranchos na cidade, destaca que o aumento da presença de lanchas, jet skis e a falta de fiscalização também estão prejudicando a pesca artesanal.

Demetrio explica que o alargamento da praia tem provocado a formação de bancos de areia, o que resulta em redes de pesca presas na areia e na necessidade de os pescadores entrarem novamente na água para soltar as redes, permitindo que os peixes escapem. "Ano passado capturamos mais de 6 mil tainhas, mais da metade durante a noite quando não há ninguém navegando, assim o peixe resolve encostar na praia", afirma o pescador, destacando o impacto negativo das atividades recreativas durante o dia.

Apesar de diversas reuniões com a Prefeitura e promessas de soluções, Demetrio aponta que nenhuma medida efetiva foi implementada. O professor Paulo Ricardo Schwingel, oceanógrafo e doutor em Ciências Naturais, esclarece que é difícil estabelecer uma relação direta entre a baixa captura de tainhas e o alargamento da orla, mas reconhece que a formação de bancos de areia pode, de fato, dificultar a pesca.

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Além do alargamento da praia, Schwingel menciona que fatores naturais como frentes frias e ventos do leste, que empurram as tainhas contra a costa, também influenciam na pesca. "Elas podem estar em Porto Belo, Bombinhas, onde houve capturas relativamente significativas", explica o especialista. A poluição do rio Camboriú é outro ponto de preocupação, pois contribui para a má qualidade da água na enseada de Balneário Camboriú, afastando os peixes.

Para o oceanógrafo, a preservação ambiental é crucial não apenas para a pesca da tainha, mas também para a segurança econômica da cidade. "Se você tiver qualidade ambiental, vai atrair turistas, valorizar imóveis, melhorar a navegação e as marinas, garantir a balneabilidade da praia e também a pesca da tainha", conclui Schwingel.

Os pescadores artesanais continuam a enfrentar desafios e buscam soluções que permitam a continuidade de sua atividade tradicional, essencial para a economia local e a cultura da região.

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