Com raízes no final do Século XIX, o chorinho é o primeiro gênero musical brasileiro, surgido com forte ligação com a rua e os mais diversos espaços públicos. Honrando esta tradição, o regional de choro Chá de Cevada está realizando a circulação do seu espetáculo autoral e realiza uma apresentação gratuita em Canelinha neste sábado (18). O espetáculo ocorre durante a Feira Municipal da Agricultura Familiar e Artesanato (Agroarte), realizada todos os sábados no espaço ao lado do Ginásio de Esportes Gercino Giacomossi. A classificação é livre e o repertório da apresentação é formado, principalmente, pelas composições autorais do grupo, pontuado também pelos grandes clássicos do choro.
Criado em 2007, em Joinville, atualmente o Chá de Cevada é formado pelos músicos Cláudio Moraes (flauta transversa e saxofone), Carlinhos Ribeiro (pandeiro) e Ney Souza (violão sete cordas), e se apresenta neste circuito com um músico convidado. Desde o princípio da sua trajetória, o grupo trabalha para promover o chorinho brasileiro, realizando espetáculos que possuem caráter didático para além da fruição artística.
O objetivo da série de apresentações é favorecer essa aproximação com o público ao realizar concertos em locais de grande fluxo de pessoas, proporcionando um espaço de encontro entre artistas e público, ao mesmo tempo em que se revigora a tradição dos shows de rua ou em ambientes alternativos – prática que combina a vivência artística com a socialização e o lazer, criando um forte sentido de pertencimento à identidade cultural nacional.
Reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o chorinho é reverenciado por músicos nacionais e internacionais e admirado por um público crescente e exigente. O gênero ocupa um lugar singular na música brasileira, sendo visto como um ponto de transição entre a música popular e erudita, pelo seu caráter boêmio e informal que se combina com uma execução musical altamente elaborada, com registros formais em partitura.
Fundador e um dos compositores do grupo, o flautista Cláudio Moraes salienta a importância da criação de um repertório autoral, que renova as possibilidades no universo do chorinho. “Estamos ensaiando alguns temas autorais faz um tempo e é isso que o grupo vem buscando: expressar sua música através de novas sonoridades, novas cores e com novas composições também. Quando tocamos coisas nossas, materializamos algo inédito e original”, pontua.
Esta proposta cultural conta com a produção da Sarau# Produções e gestão cultural da Agência Cultural AqueleTrio, realizada com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura - Edição 2024.
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